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Montessori em Casa

Geralmente, associamos o Método Montessori à sua vertente escolar. No entanto, os princípios defendidos por Maria Montessori são mais do que simples práticas a adotar na escola. Os valores que regem este método são transversais à escola e à família, porque se trata de uma forma de ser e de estar.

 

Maria Montessori, no seu livro “Montessori em família”, defende três princípios para educar os filhos em casa:

Respeitar todas as formas de atividade da criança

 

Por vezes, temos alguma dificuldade em entender alguns comportamentos das crianças e acabamos por desvalorizar factos que são importantes para elas.

 

Se imaginarmos uma criança pequena que está a descobrir as suas pequenas mãos, poderá acontecer que nesse momento ela não tenha interesse em mais nada. Podemos dar-lhe vários objetos e ela rejeitá-los, atirando-os fora. Para ela, observar os seus membros durante muito tempo será um período importante, mas a tendência dos adultos é interromper esses momentos, por parecer que a criança não está a fazer nada de importante.

 

Algo que a nós não nos faz sentido, poderá ser fundamental para o desenvolvimento natural da criança. A nossa ajuda é necessária para que ela se possa aperfeiçoar e a nossa principal função passa por observar e respeitar os momentos da criança.

Respeitar o desejo da criança estar em atividade, ensinando-a a ser independente

           

A criança tem uma necessidade enorme de estar sempre a fazer algo. É como se tivesse que obedecer a uma voz interior que lhe diz o que fazer.

 

Por exemplo, as crianças gostam de comer sozinhas. Na perspetiva do adulto, às vezes este é um problema, porque a criança suja tudo e, até conseguir ingerir todos os alimentos, existe algum desperdício. Estas razões, muitas vezes, fazem com que não se permita que a criança tenha esta experiência. Mas, para ganhar a sua independência, aprender todo o processo e se aperfeiçoe, ela precisa passar por estas vivências.

 

Para que as crianças sejam autónomas, independentes, confiantes e equilibradas, precisamos ajudá-las nesse sentido, dando-lhes a oportunidade de elas fazerem por si mesmas, tendo o nosso apoio para as auxiliar ou simplesmente para estar ao seu lado caso elas nos peçam.

"A verdadeira ajuda não deve ser oferecida para coisas fúteis ou arbitrárias; precisa corresponder aos esforços do seu espírito. Para isso, deve haver antes compreensão da natureza infantil e respeito pela sua ação instintiva.”

Maria Montessori | Montessori em Familia

Estar atento ao tipo de relacionamento que temos com a criança

 

As crianças têm uma sensibilidade muito grande, precisam de paz e tranquilidade para se construírem interiormente, para se conhecerem e para se auto-regularem. Se os adultos interromperem várias vezes, estas capacidades tornam-se muito difíceis de se desenvolverem.

 

Segundo Maria Montessori, é preciso compreender a criança e isto passa por acreditarmos nela e valorizarmos aquilo que ela nos diz.

 

Por exemplo, se a criança cair devemos perceber se ela está bem e não simplesmente desvalorizar essa situação dizendo que “já passou”, quando isso poderá não ter acontecido. A criança precisa, por vezes, de ouvir uma palavra de afeto para ultrapassar a situação e precisa da nossa compreensão. Só desta forma, a relação entre adulto e criança se tornará mais forte e coesa.

“Não é absolutamente necessário que sejamos perfeitos aos olhos da criança; é, pelo contrário, preciso que reconheçamos as nossas falhas e aceitemos com paciência e humildade as suas observações.”

Maria Montessori | Montessori em Familia
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